terça-feira, 1 de junho de 2010

Real Madrid e José Mourinho.

“O Presidente Pérez me mostrou as Taças Européias que o Madrid ganhou no passado, dizendo que sentia saudade do momento em que o Real ganhou a última em 2002.”
 
“Eu ganhei uma semana passada e já sinto falta.”
 
“Eu quero o que o Real quer. Nós somos o mesmo e queremos o mesmo.” 

Declarações de José Mourinho em sua apresentação no Real Madrid.

Sempre imaginei que esse casamento acabaria saindo. O clube mais galáctico e o treinador mais midiático do mundo. Sua apresentação, contando com a presença de aproximadamente 300 jornalistas do mundo todo, mostra o quão impactante é a presença do português José Mourinho no vestiário merengue.

Mourinho não tem papas na língua e sempre afirmou ser um dos melhores treinadores do momento, isso quando a modéstia lhe permitia. Não raras vezes afirmou ser o melhor, ou o Especial (“The Special One”), como se declarou em sua primeira entrevista coletiva na Inglaterra, quando assinou com o Chelsea.

É a mesma mentalidade do presidente merengue, Florentino Pérez. O homem responsável por boa parte das maiores contratações do futebol mundial (Figo, Zidane, Ronaldo, Beckham, Kaká, e o gajo Cristiano Ronaldo,...) não se contenta com pouco. Sabe a realidade do Real Madrid e de sua torcida. Não basta vencer, tem que ser o melhor.

Provas cabais disso foram as demissões em anos passados de Del Bosque e Capello, atuais treinadores de Espanha e Inglaterra, logo após terem vencido a Liga Espanhola com o Real Madrid. Os torcedores do clube não querem saber de 1x0. Querem espetáculo. Querem glamour. Querem mídia. Querem sonho.

E atualmente não há ninguém melhor do que José Mourinho para lhes garantir isso e um punhado de títulos. Afinal, como contestar um treinador com o currículo dele? Pentacampeão italiano com a Inter de Milão. 
Responsável, com o auxílio dos dólares de Roman Abramovich, por “criar” o novo Chelsea. Bicampeão europeu, levando a taça uma vez com o Porto de Portugal e a outra agora com o clube italiano. E a lista continua.

O português tem a mistura ideal de um treinador que sabe manter um vestiário e sabe montar uma equipe. Além de ser um exímio especialista no mercado. O negócio Ibrahimovic na temporada passada é um bom exemplo: negociou o sueco, a quem tinha chamado de “melhor do mundo”, com o Barcelona e recebeu Eto’o e mais alguns quilos de euros. Com eles comprou Wesley Sneijder, Diego Milito, Thiago Motta e Lúcio. Simplesmente a base da Internazionale campeã européia. 

Se Cristiano Ronaldo é o retrato do Real Madrid como jogador, José Mourinho é seu similar à beira do campo. Aposta certeira de Florentino Pérez, que quer mais do que tudo ganhar o que seria a décima Liga dos Campeões da Europa na história do clube. Duro será administrar esses egos imensos e ver quem realmente comandará a equipe. No fim, resta esperar para ver se será um projeto vitorioso, ou um dramalhão espanhol com sotaque português.

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