terça-feira, 20 de julho de 2010

Por essa eu não esperava...


José Mourinho quer Felipe Melo no Real. 

Matéria no Globoesporte.com AQUI


A torcida merengue esperava pelos destaques germânicos Khedira e Özil e pode ter Felipe Melo, anti-herói brazuca.Ah, por 20 milhões de Euros. O futebol definitivamente é uma caixinha de surpresas. 

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Moinhos, Gigantes, moinhos...

Não sei se ainda há algo a ser dito sobre a Espanha, antiga Fúria, atual La Roja... Campeã da Copa do Mundo de 2010. Um feito incrível, um feito histórico, um feito que consagra novamente o futebol técnico, o futebol bonito.

E acreditando em si, em sua própria filosofia, é que a Espanha venceu a maioria de seus jogos nos últimos anos. Trata-se de um Dom Quixote, o universal personagem de Cervantes. Acredita até a última instância que é um cavaleiro. E dos bons!

Quisera então que o destemido, e distinto, cavaleiro enfrentasse justamente o país dos Moinhos de Vento, a Holanda. País que, no futebol, sempre será tratado como um gigante. Só que esse Quixote, em nenhum momento deu chances para o seu adversário. Nem mesmo quando este apelava para a violência. Com a classe que cabe à um paladino, preocupou-se em vencer a batalha.

E o fez. Com um gol de Iniesta no segundo tempo da prorrogação, a Espanha Quixote derrubou moinhos imaginários e reais, e gigantes convenções que a apontavam como uma fraude, ou como amarelona. Contava à seu favor a melhor geração de futebolistas reunidos naquele país. Um meio de campo inigualável, orquestrado por Xavi e pelo mesmo Iniesta e com reservas do quilate de Fábregas.

Venceu assim a equipe mais técnica da Copa. Que em alguns momentos até irrita com a maneira com que toca a bola incessantemente, perdendo-a raramente e por vezes parecendo até displicente com o objetivo máximo do futebol, o gol. Venceu uma seleção que tem como maior trunfo a fidelidade ao seu estilo de jogo, o bem jogado. Venceu então, o Dom Quixote, elevando-se ao patamar dos grandes campeões.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

O futebol agradece...

E os seus amantes também. A Fúria está na final da Copa do Mundo! Lembro que ao término da primeira rodada, com a ridícula performance brasileira contra a Coréia do Norte e a infeliz derrota espanhola ante a Suíça, um amigo e eu discutíamos sobre a objetividade das equipes e se bastava jogar bonito, mesmo perdendo.

Bom, é lógico que como toda discussão sobre futebol essa não teve um fim. Mas convenci-o de que a Espanha praticava um futebol hermoso. Os periódicos espanhóis apelidaram essa forma de jogo de tique-taca. É aquele tocar de bola envolvente e incessante, buscando espaços, a movimentação dos jogadores sem bola, a plasticidade dos passes e lançamentos... quase como um toureiro esperando a hora certa de acabar com o seu rival. Até o constantemente criticado preciosismo das jogadas faz parte.

Mas a verdadeira preciosidade é uma equipe manter a sua cultura de jogo mesmo com as derrotas, mesmo com as dificuldades e independente do adversário. A verdade é que a Fúria gosta do que faz. Sabe muito bem que dessa forma representa o futebol espanhol e sua identidade. Mesmo com as derrotas para a Suíça e Estados Unidos (na semi-final da Copa das Confederações), e enfrentando um adversário como a Alemanha numa partida decisiva, a Espanha continuou jogando e encantando.

Porém, de nada isso adiantaria se eles não contassem com bons jogadores. E, acredite, nunca houve tanto talento na seleção espanhola. São futebolistas de nível mundial, jogando nos maiores clubes da Europa. E com a grande vantagem do entrosamento. O meio-campo e a zaga, por exemplo, é praticamente o Barcelona (que inegavelmente é também o clube que melhor pratica o futebol no mundo).

Já o ataque é um caso específico. Afinal, é impossível falar do sucesso da Roja sem falar de David Villa. O atacante que divide a artilharia do mundial com o holandês Sneijder nunca jogou em um "grande clube" da Europa (acabou de se transferir para a equipe de Messi & cia.) e mesmo assim está prestes a se tornar o maior goleador da história da seleção espanhola, ultrapassando  o mitológico Raúl González. E o outro atacante, Fernando Torres, mesmo em má fase, é um dos jogadores mais letais do planeta bola (além de um certo goleiro do Flamengo, mas esse entra em outra categoria).

Dessa forma, a Espanha chega à sua primeira final de Copa do Mundo com todas as chances (e o favoritismo) para levá-la para casa. Jogará contra uma boa equipe, que é a Holanda, mas principalmente contra o seu histórico de "amarelar" em jogos decisivos, parcialmente extirpada com a vitória na Euro 2008, mas reacesa com a derrota ante os yankees na Copa das Confederações. De qualquer forma, sabe-se a forma com que a Espanha vai buscar a vitória. Não abrindo mão do seu futebol.

David Villa, que por sinal comemora seus gols imitando um torero, pode igualar o feito de Gerd Muller e ser artilheiro da Eurocopa e da Copa do Mundo. Com certeza é um atacante disposto a fazer história.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Uruguai, o melhor das Américas.

No começo da Copa, aquele que dissesse que o Uruguai seria o Sul-Americano mais bem classificado ao final do torneio seria rotulado como louco. Mas com uma campanha brilhante (e histórica) os nossos vizinhos chegaram mais longe do que qualquer outra Seleção não-européia e terão a chance de disputar um honroso terceiro lugar.

Esse feito, por si só, é fantástico e tem um caráter de marco para a renovação do futebol uruguaio, há tanto tempo em baixa. Escreveram em um jornal espanhol: "um país de apenas 3,5 milhões de habitantes, mas não há lugar na Terra com a maior densidade de devoção futebolística". Esse foi o espírito de toda uma equipe, que é motivo de orgulho de toda uma nação.  

Seu maior expoente, e também seu maior craque, é Diego Forlán (que na minha opinião é o destaque do campeonato). Ele foi nessa Copa do Mundo, tudo o que Kaká, Messi e Cristiano Ronaldo não conseguiram ser para seus países, chamou a responsabilidade e carregou o piano. Poucas vezes vi um jogador se doar tanto em campo.

Afinal, Forlán, um matador de origem, marcava como um defensor, corria como um lateral, armava como um meio-campista e ainda é o artilheiro do Uruguai no certame. Incrível! Tudo bem que seria pretensão demais dizer que ele fez tudo sozinho. A falta que seu principal escudeiro, o ótimo Luizito Suárez, fez na partida semi-final foi evidente. Mas mesmo assim, ninguém, nem mesmo os carequinhas holandeses Sneijder e Robben, rouba o seu show. Assim como ninguém pode negar o fato de que o Uruguai é, no momento, o Rei da América.


E não é que a Copa América virou Eurocopa? Se há poucos dias escrevi sobre a "Supremacia Merecida" do futebol Sul-Americano na Copa do Mundo, hoje tenho que engolir minhas palavras e me contentar com a certeza de um campeão europeu e com a reedição da final da Euro 2008 como semi-final...


Ao menos será Espanha e Alemanha, promessa de um jogaço!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Vergonha...



Sinceramente, qual é a necessidade de desmerecer um país vizinho (e amigo) em uma matéria assim? Vergonha pelo "gênio" que teve essa idéia e por saber que alguns brasileiros realmente vêem o Paraguay de tal maneira...

Uma pena, porque é, na verdade, um país que tem muito a oferecer.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

O jornalista e o "jogador"

Vídeo interessante que pode entrar para a série "Eu Já Sabia".



E o mais incrível foi ele (Felipe Melo) ter a cara de pau de dizer que não entrou pra quebrar. Aí é brincadeira.

O peso de um Continente e o peso da História.

Ah, o futebol... Poderia ser esse o título do texto e seria justo. Se hoje mais cedo, após o jogo do Brasil, parecia que ia demorar um bom tempo até me recuperar, foi só a bola rolar mais uma vez que meu coração bateu mais forte.

Tinha que ser com esse jogo em especial. A partida que foi caprichosamente colocada ali pelos Deuses do Futebol, feita para ser emocionante. De um lado, um Uruguai, bi-campeão mundial, mas que há 40 anos fazia sua última semi-final e do outro a derradeira esperança africana na Copa, carregando o peso de todo um Continente, a brava Gana.

E o que já tinha tudo para ser um jogo de pura emoção, não provou-se o contrário. Duas equipes buscando o gol, várias chances, lances polêmicos... o Uruguai jogando com uma raça incrível e Gana igualando-a com força física e disposição.

A verdade é que tudo isso, inclusive o 1x1 no tempo normal, acabou tornando-se secundário ante a prorrogação, principalmente o seu lance final. Bola na área uruguaia e o lance que decidiu a sua classificação. A mão salvadora de Suárez, que por sinal é um ótimo jogador, em cima da linha, colocou o Uruguai na semi-final da Copa do Mundo de 2010. A malandragem de um país com muita tradição no Planeta Bola, o peso da História, tudo ali, naquela mão.

Bem verdade que Suárez ao sair de campo, foi expulso por causa do tal lance, chorava a eliminação. Parecia não acreditar que Gyan perderia o pênalti (aos 15 minutos do segundo tempo da prorrogação!) o qual colocaria pela primeira vez um país africano entre as quatro melhores seleções do mundo. Mas perdeu. E enquanto Suárez comemorava, como aposto nunca ter comemorado um gol em sua vida, Asamoah Gyan estava desolado.

"Faça a África orgulhosa", dizia o cartaz. Gyan teve aos seus pés A chance. Nunca a África esteve tão perto. Nunca a África mereceu tanto. Mas a Jabulani, a bola "enfeitiçada", teimosa, acertou o travessão. Confesso que me emocionei com a imagem da torcida. Queria poder dizer-lhes: "futebol é isso..." ou "calma, a vez de vocês vai chegar". Duas verdades, mas que de nada bastariam.

Sendo assim, parecia estar selado. Parecia estar escrito. Nada tiraria aquela vaga dos uruguaios, que vem fazendo uma campanha brilhante nessa Copa. E como o emocional é deciviso nas cobranças de pênalti, essa mentalidade certamente ajudou-os. O goleiro da Celeste, Muslera, pegou dois. E o último sobrou pra Ele cobrar.



Ele, que é o Loco mais louco de todos. Quanta frieza para bater uma penalidade máxima histórica desse jeito, Abreu! Repetindo a cobrança que deu aos Botafoguenses um título Carioca depois de tanto tempo, Loco Abreu libertou o Uruguai da sina de um time dos livros de história. E que venha a Holanda!

Nos resta o silêncio...

Um amigo uma vez me disse que enquanto a mini-série "O Auto da Compadecida" era sintonizada nos televisores paulistanos, existia apenas o hiato entre uma risada e outra. Era a cidade tranquila, a cidade no silêncio...

É o que nos resta hoje. O silêncio sepulcral que tomou as ruas brasileiras, do Norte ao Sul, nos segundos que seguiram a eliminação da nossa Seleção na Copa do Mundo. Seguiu-se então o grito libertador, o da fúria, o do desconsolo... Alguns praguejaram contra nossa sorte. Outros contra alguns jogadores. Mas a maioria contra a própria tristeza e principalmente contra o orgulho ferido. Somos Brasileiros, não sabemos e não estamos acostumados a perder.

Mas é dessa forma que não percebemos que era uma tragédia já escrita, como no livro do genial escritor colombiano García Marquez, "Crônica de uma Morte Anunciada". Com um banco de reservas como aquele e com os jogadores com os brios mexidos pelo "macho" treinador Dunga, era de se imaginar que a despedida seria assim, com uma expulsão (do "gentleman" Felipe Melo) e sem opções válidas para mudar o jogo, dar um toque de qualidade e principalmente esperança em campo.

Sendo assim, no drama chamado Copa do Mundo 2010, o Brasil é aquele personagem altivo, brigador e com pinta de machão que chama todos para o duelo e acreditando na sua própria invencibilidade, cái débil ante suas próprias deficiências... Esperemos por 2014. E por uma Seleção que volte a parecer como nós, brasileiros.