segunda-feira, 12 de julho de 2010

Moinhos, Gigantes, moinhos...

Não sei se ainda há algo a ser dito sobre a Espanha, antiga Fúria, atual La Roja... Campeã da Copa do Mundo de 2010. Um feito incrível, um feito histórico, um feito que consagra novamente o futebol técnico, o futebol bonito.

E acreditando em si, em sua própria filosofia, é que a Espanha venceu a maioria de seus jogos nos últimos anos. Trata-se de um Dom Quixote, o universal personagem de Cervantes. Acredita até a última instância que é um cavaleiro. E dos bons!

Quisera então que o destemido, e distinto, cavaleiro enfrentasse justamente o país dos Moinhos de Vento, a Holanda. País que, no futebol, sempre será tratado como um gigante. Só que esse Quixote, em nenhum momento deu chances para o seu adversário. Nem mesmo quando este apelava para a violência. Com a classe que cabe à um paladino, preocupou-se em vencer a batalha.

E o fez. Com um gol de Iniesta no segundo tempo da prorrogação, a Espanha Quixote derrubou moinhos imaginários e reais, e gigantes convenções que a apontavam como uma fraude, ou como amarelona. Contava à seu favor a melhor geração de futebolistas reunidos naquele país. Um meio de campo inigualável, orquestrado por Xavi e pelo mesmo Iniesta e com reservas do quilate de Fábregas.

Venceu assim a equipe mais técnica da Copa. Que em alguns momentos até irrita com a maneira com que toca a bola incessantemente, perdendo-a raramente e por vezes parecendo até displicente com o objetivo máximo do futebol, o gol. Venceu uma seleção que tem como maior trunfo a fidelidade ao seu estilo de jogo, o bem jogado. Venceu então, o Dom Quixote, elevando-se ao patamar dos grandes campeões.

3 comentários:

Anônimo disse...

Valeu Guto. Conseguisses traduzir em palavras o surgimento do "Dom Quixote" associado ao futebol. De repente pode ser um divisor de águas entre a "pancada" e o resgate do futebol bonito, solidário pela alma. E que se estenda a outros campos da vida também. Abraços. Marcelo Martins.

Jana M. disse...

Fazia tempo que não passava por aqui. Que texto iradíssimo Guto.
E amanha, coringão eh noix haha

Anônimo disse...

E dá-lhe Quixote.. mas quem é o Sancho Pança?