sexta-feira, 2 de julho de 2010

O peso de um Continente e o peso da História.

Ah, o futebol... Poderia ser esse o título do texto e seria justo. Se hoje mais cedo, após o jogo do Brasil, parecia que ia demorar um bom tempo até me recuperar, foi só a bola rolar mais uma vez que meu coração bateu mais forte.

Tinha que ser com esse jogo em especial. A partida que foi caprichosamente colocada ali pelos Deuses do Futebol, feita para ser emocionante. De um lado, um Uruguai, bi-campeão mundial, mas que há 40 anos fazia sua última semi-final e do outro a derradeira esperança africana na Copa, carregando o peso de todo um Continente, a brava Gana.

E o que já tinha tudo para ser um jogo de pura emoção, não provou-se o contrário. Duas equipes buscando o gol, várias chances, lances polêmicos... o Uruguai jogando com uma raça incrível e Gana igualando-a com força física e disposição.

A verdade é que tudo isso, inclusive o 1x1 no tempo normal, acabou tornando-se secundário ante a prorrogação, principalmente o seu lance final. Bola na área uruguaia e o lance que decidiu a sua classificação. A mão salvadora de Suárez, que por sinal é um ótimo jogador, em cima da linha, colocou o Uruguai na semi-final da Copa do Mundo de 2010. A malandragem de um país com muita tradição no Planeta Bola, o peso da História, tudo ali, naquela mão.

Bem verdade que Suárez ao sair de campo, foi expulso por causa do tal lance, chorava a eliminação. Parecia não acreditar que Gyan perderia o pênalti (aos 15 minutos do segundo tempo da prorrogação!) o qual colocaria pela primeira vez um país africano entre as quatro melhores seleções do mundo. Mas perdeu. E enquanto Suárez comemorava, como aposto nunca ter comemorado um gol em sua vida, Asamoah Gyan estava desolado.

"Faça a África orgulhosa", dizia o cartaz. Gyan teve aos seus pés A chance. Nunca a África esteve tão perto. Nunca a África mereceu tanto. Mas a Jabulani, a bola "enfeitiçada", teimosa, acertou o travessão. Confesso que me emocionei com a imagem da torcida. Queria poder dizer-lhes: "futebol é isso..." ou "calma, a vez de vocês vai chegar". Duas verdades, mas que de nada bastariam.

Sendo assim, parecia estar selado. Parecia estar escrito. Nada tiraria aquela vaga dos uruguaios, que vem fazendo uma campanha brilhante nessa Copa. E como o emocional é deciviso nas cobranças de pênalti, essa mentalidade certamente ajudou-os. O goleiro da Celeste, Muslera, pegou dois. E o último sobrou pra Ele cobrar.



Ele, que é o Loco mais louco de todos. Quanta frieza para bater uma penalidade máxima histórica desse jeito, Abreu! Repetindo a cobrança que deu aos Botafoguenses um título Carioca depois de tanto tempo, Loco Abreu libertou o Uruguai da sina de um time dos livros de história. E que venha a Holanda!

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