terça-feira, 1 de novembro de 2011

Bola de Ouro, Categorias de Base e Imigração.

Vivemos um momento interessante para o futebol brasileiro. Um jovem jogador, que joga em terra brasilis, está concorrendo ao Prêmio da Bola de Ouro, com outros 22 destaques, para saber quem é o melhor jogador do mundo. Detalhe, todos os outros jogam na Europa.

Claro, estamos falando de Neymar. Ainda mais do que um feito do próprio jogador, temos que louvar a façanha de todo um staff por trás deste, que investiu pesado na ideia de ter um jogador eleito o "melhor do mundo" jogando em um clube brasileiro. O que muitos acharam engraçado na época, mostrou-se um (pouquinho) mais viável hoje.  

Não, não estou dizendo que ele será eleito. Muito pelo contrário, aposto que não estará entre os três finalistas. Mas a exposição MUNDIAL (todos os dias o AS.com, da Espanha, posta algo sobre ele) de mídia que o garoto está tendo é um bom sinal. Mostra que temos potencial mercadológico para sermos ainda mais rentáveis, além de conquistar fãs no mundo todo. Basta termos pessoas competentes e comprometidas gerenciando o nosso futebol.

Outra coisa que me chama a atenção na lista dos indicados é número de jogadores do Barcelona que estão nela. Não porque não merecem, óbvio. Mas sim pelo fato de terem sido CRIADOS no próprio clube. Nada menos do que 5 (cinco) dos 23 melhores jogadores do Mundo são das "canteras" do Barça! Uma máquina de revelar craques? Talvez. Um exemplo de como se administrar os juniores de sua equipe? Com certeza.

O compromisso do clube catalão com as categorias inferiores é exemplar. Basta digitar "La Masia" no todo-poderoso Google e verão o que estou falando. E não é só investimento estrutural! É a filosofia do clube: revelar jogadores para jogar NO Barcelona. Desde cedo treinam e são moldados ao estilo de jogo da equipe principal, o famoso "tiki-taka" (três expoentes dessa filosofia? Messi, Xavi e Iniesta).

Em contrapartida, quem também se beneficia é a Seleção Espanhola. Campeã da Euro E da Copa do Mundo utilizando-se deste estilo particular de jogo. É pouco, ou já se convenceu? Além de tudo isso, o sistema parece não parar. O Barcelona jogou a rodada passada da Liga Espanhola com mais canteranos recém saídos da base, para dar folga à seus jogadores estrela, e além de não decepcionarem, os garotos ainda se destacaram. Isaac Cuenca, os espanhóis sugerem que o nome seja guardado, inclusive marcou um gol na goleada sobre o Mallorca.

Por fim, ainda falando sobre filosofia de jogo e mudanças na base que afetam a equipe principal, a excelente entrevista de Cacau ao Globoesporte.com é uma boa pedida e fica como recomendação. Segue um trecho:

"O futebol alemão mudou muito desde que você chegou. Hoje, a seleção da Alemanha tem um outro estilo e uma outra cultura. Ninguém pode mais falar de futebol-força com talentos como Özil, Khedira, Müller, etc. O que aconteceu?


Foi uma mudança de filosofia, que começou com a chegada do Klinsmann e do Joachim Löw para comandar a seleção e teve continuidade. O Löw já está há sete anos na seleção e trouxe uma nova filosofia de jogar futebol. (...) A seleção está chegando a um grande nível, combinando esse novo estilo com a velha mentalidade de nunca desistir, de sempre correr atrás. É uma mescla de técnica e força excelente, que vem sendo feita desde as divisões de base, com o Matthias Sammer."

Ademais, Cacau fala sobre a adaptação de um imigrante do Mundo da Bola ao seu novo país e suas opiniões particulares sobre a Alemanha. Vale a pena a leitura.

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