sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O perigo de se dar palpites.

Como de costume, no início de todo campeonato de futebol, são feitos os palpites de quais clubes estarão na frente e quais não farão um bom papel, fruto de um exercício de imaginação realizado tanto por amadores, como por experts e profissionais. Algumas vezes tais "chutes" passam perto, outras vislumbram um final totalmente diferente do que acaba se tornando realidade.

Se analisarmos a tabela formulada antes da bola começar a rolar no Brasileirão 2011 pelos comentaristas convidados do site Globoesporte.com (link da matéria), nos deparamos com uma situação no mínimo curiosa. No topo da tabela, encontraríamos:


E na parte de baixo: 


Um bocado diferente da realidade em que o Campeonato Brasileiro se encontra, não?

Não precisamos nos ater a cada caso, mas se notarmos a discrepância entre as posições imaginadas por tais comentaristas e a real  condição de times como o Cruzeiro e o Figueirense, já jogamos por terra todo o esforço imaginativo deles.

O Cruzeiro, apontado por muitos como candidato ao título, está lutando arduamente contra o rebaixamento. De maneira oposta, o Figueirense, sério postulante à Série B na visão dos comentaristas, está no topo da tabela pleiteando uma vaga na Libertadores da América (e não fosse o pênalti desperdiçadíssimo no jogo de ontem contra o Flamengo, até pelo título).

Não é difícil, porém, conceber o que os levou a tais conclusões. O time mineiro fazia uma excelente campanha na Libertadores deste ano, ganhou 5 dos 6 jogos da fase de grupos, inclusive com excelentes exibições ante o Estudiantes da Argentina que o havia derrotado na final do mesmo certame em 2009. Além disso, havia disputado o título do Brasileirão de 2010 até a última rodada.

A própria eliminação inesperada ante o Once Caldas (!) na Libertadores, o desmanche do time, as contratações desastrosas (aliás, os times de Minas são campeões em contratar por milhões jogadores que nada rendem), a saída constante de técnicos, a impossibilidade de se jogar em casa (o Mineirão está em reforma), sem dúvidas minaram a campanha do Cruzeiro. Ainda houveram os episódios da saída do Gilberto e o drama do filho do craque e camisa 10 do time, Montillo.

Se não há time que aguente um ano como esse, por outro lado há o caso do Figueirense. Aposta certa entre os comentaristas como candidato ao rebaixamento, o time da bela Florianópolis justificava tal posição pela campanha irregular no campeonato Catarinense em que a Chapecoense se sagrou campeã e talvez até pelo bairrismo do pessoal da Globo, que pouco olha para os times de fora do Eixo.

Apesar disso, os méritos (já exaltados aqui no blog) do trabalho do revigorado treinador Jorginho, a contratação de um ilustre desconhecido que está comendo a bola (Júlio César), a aposta em jogadores descartados por outros times da Série A que deram certo e a combinação curiosa de resultados deste Brasileirão, fazem o Figueira figurar entre os primeiros.

Fora esses dois clubes, poderíamos analisar o caso do Corinthians, vice-campeão paulista, que ninguém apontava como possível campeão, mas liderou (e ainda lidera) imensa parte do campeonato e do próprio Vasco da Gama, campeão da Copa do Brasil e firme na disputa tanto da Sul-Americana, quanto do Brasileirão.

Enfim, não há lições para serem tiradas deste resultado de adivinhação de tais comentaristas, eles continuarão apostando e seguirão errando, pois o futebol é, como diz o ditado, uma caixinha de surpresas. Mas que seria mais prudente não se arriscar tanto pelo nome dos times (caso do São Paulo e do Inter) e olhar com mais carinho para todos os clubes... ah, isso seria.

Pensamentos: 

I - Realmente bizarro o pênalti cobrado pelo jogador Aloísio do Figueirense no jogo contra o Flamengo. Custou a vitória e uma vida mais fácil nas últimas rodadas (se é que isso é possível).

II - Concordo que o Corinthians não merecia, antes do campeonato, o posto de concorrente ao título. Eu, mesmo sendo torcedor, não apostaria dinheiro nisso.

III - Ronaldinho Gaúcho em crise com o patrocinador do Flamengo. Afinal, se nem para o Marketing ele tem servido, o que faz "R10" no clube carioca?

IV - Absolutamente lamentável a entrada de Bolívar no jovem lateral Dodô, jogador do Corinthians emprestado ao Bahia. Pior foi justificar alegando que o menino tinha entrado afoito no lance. Aquela pisada no joelho foi criminosa. STJD?

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