A cidade de Manchester acordou taciturna hoje. Seus dois clubes, o United e o City, maiores expoentes de uma cidade apaixonada por futebol foram eliminados da Liga dos Campeões da Europa, a competição de times de grife.
Não é surpresa para ninguém que o melhor jogador da Liga tem grandes chances de se coroar como Bola de Ouro da FIFA. Portanto, sair desta vitrine não é só um prejuízo financeiro, mas também futebolístico. É como a Libertadores da América, objeto de desejo de 8 em cada 10 torcedores, o ápice do futebol no Continente.
O City, enxertado com petrodólares árabes, gastou milhões para formar um time que sabe jogar bola. Conta com nomes como o espanhol David Silva (um dos melhores meias armadores atualmente), o driblador francês Samir Nasri, o hermano Sergio Aguero, o polêmico italiano Mario Balotelli, além dos irmãos costa-marfinenses Touré e dos destaques ingleses Joe Hart e Micah Richards. Com uma linha ofensiva importada e de qualidade vem liderando com o folga a Premier League, o campeonato inglês.
O rival United é o segundo colocado do campeonato nacional e vem em um momento de transição. Sir Alex Ferguson, há 25 anos treinador dos Red Devils, tem colocado jovens jogadores para jogar ao lado das estrelas, tais como Wayne Rooney e Rio Ferdinand. Vale relembrar que os vermelhos de Manchester são os atuais vice-campeões europeus, tendo perdido na última final para o todo-poderoso Barcelona.
Curiosamente, em uma Liga dos Campeões onde o APOEL, do Chipre, consegue uma classificação histórica para as oitavas de final como primeiro de seu grupo (a frente de Porto, Zenit e Shakhtar) a Zebra parece estar solta. O United perdeu a sua vaga para o Basel, da Suíça e para o lisboeta Benfica. Já o City ficou atrás do italiano Napoli e do gigante alemão Bayern de Munique.
Certamente nada para se envergonhar, tendo em vista o nível técnico dos clubes que disputam o certame (o United tinha uma vida mais fácil, é verdade). Mas não deixa de ser surpreendente. Principalmente se levarmos em conta a grande expectativa em torno dos times milionários de Manchester, dos quais se espera nada menos do que sucesso. Resta à ambos a disputa da "segunda divisão européia", a Liga Europa (equivalente à Sul-Americana).
Pensamentos:
I - Com o enfraquecimento da presença inglesa na Liga, o Chelsea também sofreu para se classificar, deu-se mais um passo em direção a polarização da disputa entre os eternos rivais Real Madrid e Barcelona.
II - Obviamente, o APOEL conta com ilustres desconhecidos jogadores brasileiros. Seis, para ser mais exato. São eles: os atacantes Aílton e Manduca, os zagueiros Kaká e William, o lateral Marcelo Oliveira e o meia Marcinho. Reconhece algum?
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
A felicidade inebria.
Já faz praticamente dois dias que os quase 30 milhões de corintianos puderam, enfim, comemorar exaustivamente o título de Campeão Brasileiro de 2011. Eu sendo um deles. E tenho a sensação de que nunca um sentimento durou tanto tempo para se formar e ser expressado.
Lembro claramente daquele 02 de Dezembro de 2007. Os gols, a expressão do Vampeta, o choro do Dentinho, mas mais do que tudo, me recordo das faces da Fiel Torcida. Um ano para ser esquecido. Um ano para não se repetir. A culminação de toda uma Era Dualib de má-administração e negociatas escusas. Quem pagou o pato? O torcedor.
Passaram-se quatro anos daquele fatídico dia. Vieram um troféu da Copa do Brasil, um título de Campeão Paulista Invicto, diversas vitórias em clássicos, o Ronaldo, crescimento de renda, etc. Obviamente, também houve desgostos. Duas eliminações sofridas na Libertadores, um Brasileirão desperdiçado nas duas últimas rodadas, a final ante o Sport na Copa do Brasil após uma vitória contundente em São Paulo, entre outras.
De qualquer maneira, faltava expurgar o fantasma de uma vez por todas. Ainda restava triunfar no certame em que falhara vergonhosamente. E após passar quase dois campeonatos ininterruptos no topo da tabela, confirmou-se que o "Coringão voltou" de fato.
Claro, a conquista tinha que ser do jeito que a torcida corintiana gosta de orgulhosamente entoar em seus cânticos, sofrido e suado. Apesar de ser o time que acumulou o maior número de vitórias, várias delas ficaram marcadas pela aflição até o segundo final. O que dizer da vitória suada contra o Bahia no primeiro turno? Ou a épica virada ante o Atlético Mineiro? Até mesmo do empate, no jogo final, contra o Palmeiras?
Em um Campeonato que se propagou ser o mais emocionante da história, sagrou-se campeão justamente aquele que mais despertou emoções em sua torcida. Da alegria à raiva, passando pela impaciência (com o treinador e jogadores, principalmente), pela ansiedade e pela apreensão. Finalmente, restou apenas o alívio de poder gritar "É Campeão!", quando por momentos parecia que o caneco escaparia por entre os dedos novamente.
Com o citado aumento da renda, não duvido que o Corinthians vá conseguir manter-se no topo do futebol brasileiro. Afinal, dinheiro é poder em qualquer meio. Outros títulos seguramente virão, mas nenhum deles vai superar essa felicidade inebriante de quem sabe que superou os estigmas de seu passado e pode se encher de orgulho uma vez mais.
Lembro claramente daquele 02 de Dezembro de 2007. Os gols, a expressão do Vampeta, o choro do Dentinho, mas mais do que tudo, me recordo das faces da Fiel Torcida. Um ano para ser esquecido. Um ano para não se repetir. A culminação de toda uma Era Dualib de má-administração e negociatas escusas. Quem pagou o pato? O torcedor.
Passaram-se quatro anos daquele fatídico dia. Vieram um troféu da Copa do Brasil, um título de Campeão Paulista Invicto, diversas vitórias em clássicos, o Ronaldo, crescimento de renda, etc. Obviamente, também houve desgostos. Duas eliminações sofridas na Libertadores, um Brasileirão desperdiçado nas duas últimas rodadas, a final ante o Sport na Copa do Brasil após uma vitória contundente em São Paulo, entre outras.
De qualquer maneira, faltava expurgar o fantasma de uma vez por todas. Ainda restava triunfar no certame em que falhara vergonhosamente. E após passar quase dois campeonatos ininterruptos no topo da tabela, confirmou-se que o "Coringão voltou" de fato.
Claro, a conquista tinha que ser do jeito que a torcida corintiana gosta de orgulhosamente entoar em seus cânticos, sofrido e suado. Apesar de ser o time que acumulou o maior número de vitórias, várias delas ficaram marcadas pela aflição até o segundo final. O que dizer da vitória suada contra o Bahia no primeiro turno? Ou a épica virada ante o Atlético Mineiro? Até mesmo do empate, no jogo final, contra o Palmeiras?
Em um Campeonato que se propagou ser o mais emocionante da história, sagrou-se campeão justamente aquele que mais despertou emoções em sua torcida. Da alegria à raiva, passando pela impaciência (com o treinador e jogadores, principalmente), pela ansiedade e pela apreensão. Finalmente, restou apenas o alívio de poder gritar "É Campeão!", quando por momentos parecia que o caneco escaparia por entre os dedos novamente.
Com o citado aumento da renda, não duvido que o Corinthians vá conseguir manter-se no topo do futebol brasileiro. Afinal, dinheiro é poder em qualquer meio. Outros títulos seguramente virão, mas nenhum deles vai superar essa felicidade inebriante de quem sabe que superou os estigmas de seu passado e pode se encher de orgulho uma vez mais.
domingo, 4 de dezembro de 2011
Memória.
Não tenho palavras para descrever ou homenagear o Doutor à altura. Como imagens valem mais do que frases, coloco o vídeo de sua despedida do Corinthians, rumo à Firenze e também a Ode ao Futebol que escreveu junto com seus companheiros da Seleção de 1982 (uma das maiores de todas) na partida contra a União Soviética.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
"Ah, se tivesse sido diferente..."
Só falta uma rodada para o término do Campeonato Brasileiro de Futebol 2011. No topo da tabela, temos dois clubes buscando a taça e pelo menos mais cinco lutando pelas vagas remanescentes na Libertadores. Já na parte de baixo, três clubes batalham para escapar do Rebaixamento, sendo que apenas um conseguirá.
Pior para seus torcedores, cujo esporte preferido durante toda essa longuíssima semana foi o de relembrar partidas e momentos decisivos para os seus times ao longo do campeonato e imaginá-los com um desfecho diferente. Exclamarão, sem sombra de dúvidas em suas vozes, inúmeras vezes: " Aquela partida deveríamos ter vencido".
Some-se isso aos debates nas rodas de amigos por todo o Brasil em que se fala daquele pênalti que Fulano perdeu, ou daquela expulsão infantil de Beltrano, o empate milagroso da outra equipe em bobeada da zaga, a(s) falha(s) do goleiro, e por aí se enveredando em uma especulação sem fim.
"Futebol é uma caixinha de surpresas", diz o ditado. "Para que abrir a caixa?", pergunta o torcedor. O despreparo, até descaso, de algumas diretorias culminará em um ano para se esquecer para vários brasileiros amantes do esporte bretão. Em um campeonato nivelado como o Brasileirão, será rebaixado aquele que realmente não se esforçar para evitar tal destino.
Afinal, como um legítimo Campeonato Brasileiro, deixou-se tudo para a última hora. E tal qual aquele estudante que preocupou-se em se aplicar apenas no fim do ano e agora se amedronta ante as provas finais, os dirigentes dos clubes olharão para trás e pensarão: "Poderíamos ter feito diferente aqui e ali" e "Ah, se eu tivesse me esforçado mais naquele momento".
Não duvido que passa pela cabeça do Presidente do Atlético Paranaense, por exemplo, que ao invés de se preocupar tanto com o financiamento da Arena da Baixada para a Copa, poderia ter se aplicado em contratar melhores jogadores e organizar uma comissão técnica mais preparada. O primeiro semestre explicitava que o time do Furacão não era competitivo o suficiente. E lá vamos nós mais uma vez chamar o Antônio Lopes, no alto de seus 70 anos, para tentar apagar o fogo nos últimos minutos.
Ou que a diretoria do Cruzeiro não se arrependa de ter demitido o Cuca, desmanchado o time todo e ter deixado todas as decisões nas mãos de um Presidente que já não mais se preocupava com o clube, tendo herdado o cargo de Senador da República (por ser suplente do falecido Itamar Franco).
Ora, nessa prova final há sim chances de escapar, como todas elas. Mas convenhamos, se você já não fez o seu trabalho o ano todo, não vai ser agora que ele vai, milagrosamente, ser feito decentemente. Em um momento cada vez mais profissional do nosso futebol, deixar as coisas para os últimos momentos do campeonato é, no mínimo, um contra-senso.
E é por isso que na noite deste domingo, a maioria dos torcedores dos clubes da Série A estará pensativa, um tanto taciturna e se pegará pensando naqueles jogos, naquelas jogadas, nas contratações, nas demissões inexplicáveis e lamentará, em um suspiro: "Ah, se tivesse sido diferente...".
O texto, admito, ficou um pouco confuso. Tal qual a cabeça deste que vos escreve, em uma semana em que não consegue parar de suplicar para que o início da rodada chegue logo.
Pior para seus torcedores, cujo esporte preferido durante toda essa longuíssima semana foi o de relembrar partidas e momentos decisivos para os seus times ao longo do campeonato e imaginá-los com um desfecho diferente. Exclamarão, sem sombra de dúvidas em suas vozes, inúmeras vezes: " Aquela partida deveríamos ter vencido".
Some-se isso aos debates nas rodas de amigos por todo o Brasil em que se fala daquele pênalti que Fulano perdeu, ou daquela expulsão infantil de Beltrano, o empate milagroso da outra equipe em bobeada da zaga, a(s) falha(s) do goleiro, e por aí se enveredando em uma especulação sem fim.
"Futebol é uma caixinha de surpresas", diz o ditado. "Para que abrir a caixa?", pergunta o torcedor. O despreparo, até descaso, de algumas diretorias culminará em um ano para se esquecer para vários brasileiros amantes do esporte bretão. Em um campeonato nivelado como o Brasileirão, será rebaixado aquele que realmente não se esforçar para evitar tal destino.
Afinal, como um legítimo Campeonato Brasileiro, deixou-se tudo para a última hora. E tal qual aquele estudante que preocupou-se em se aplicar apenas no fim do ano e agora se amedronta ante as provas finais, os dirigentes dos clubes olharão para trás e pensarão: "Poderíamos ter feito diferente aqui e ali" e "Ah, se eu tivesse me esforçado mais naquele momento".
Não duvido que passa pela cabeça do Presidente do Atlético Paranaense, por exemplo, que ao invés de se preocupar tanto com o financiamento da Arena da Baixada para a Copa, poderia ter se aplicado em contratar melhores jogadores e organizar uma comissão técnica mais preparada. O primeiro semestre explicitava que o time do Furacão não era competitivo o suficiente. E lá vamos nós mais uma vez chamar o Antônio Lopes, no alto de seus 70 anos, para tentar apagar o fogo nos últimos minutos.
Ou que a diretoria do Cruzeiro não se arrependa de ter demitido o Cuca, desmanchado o time todo e ter deixado todas as decisões nas mãos de um Presidente que já não mais se preocupava com o clube, tendo herdado o cargo de Senador da República (por ser suplente do falecido Itamar Franco).
Ora, nessa prova final há sim chances de escapar, como todas elas. Mas convenhamos, se você já não fez o seu trabalho o ano todo, não vai ser agora que ele vai, milagrosamente, ser feito decentemente. Em um momento cada vez mais profissional do nosso futebol, deixar as coisas para os últimos momentos do campeonato é, no mínimo, um contra-senso.
E é por isso que na noite deste domingo, a maioria dos torcedores dos clubes da Série A estará pensativa, um tanto taciturna e se pegará pensando naqueles jogos, naquelas jogadas, nas contratações, nas demissões inexplicáveis e lamentará, em um suspiro: "Ah, se tivesse sido diferente...".
O texto, admito, ficou um pouco confuso. Tal qual a cabeça deste que vos escreve, em uma semana em que não consegue parar de suplicar para que o início da rodada chegue logo.
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