Só falta uma rodada para o término do Campeonato Brasileiro de Futebol 2011. No topo da tabela, temos dois clubes buscando a taça e pelo menos mais cinco lutando pelas vagas remanescentes na Libertadores. Já na parte de baixo, três clubes batalham para escapar do Rebaixamento, sendo que apenas um conseguirá.
Pior para seus torcedores, cujo esporte preferido durante toda essa longuíssima semana foi o de relembrar partidas e momentos decisivos para os seus times ao longo do campeonato e imaginá-los com um desfecho diferente. Exclamarão, sem sombra de dúvidas em suas vozes, inúmeras vezes: " Aquela partida deveríamos ter vencido".
Some-se isso aos debates nas rodas de amigos por todo o Brasil em que se fala daquele pênalti que Fulano perdeu, ou daquela expulsão infantil de Beltrano, o empate milagroso da outra equipe em bobeada da zaga, a(s) falha(s) do goleiro, e por aí se enveredando em uma especulação sem fim.
"Futebol é uma caixinha de surpresas", diz o ditado. "Para que abrir a caixa?", pergunta o torcedor. O despreparo, até descaso, de algumas diretorias culminará em um ano para se esquecer para vários brasileiros amantes do esporte bretão. Em um campeonato nivelado como o Brasileirão, será rebaixado aquele que realmente não se esforçar para evitar tal destino.
Afinal, como um legítimo Campeonato Brasileiro, deixou-se tudo para a última hora. E tal qual aquele estudante que preocupou-se em se aplicar apenas no fim do ano e agora se amedronta ante as provas finais, os dirigentes dos clubes olharão para trás e pensarão: "Poderíamos ter feito diferente aqui e ali" e "Ah, se eu tivesse me esforçado mais naquele momento".
Não duvido que passa pela cabeça do Presidente do Atlético Paranaense, por exemplo, que ao invés de se preocupar tanto com o financiamento da Arena da Baixada para a Copa, poderia ter se aplicado em contratar melhores jogadores e organizar uma comissão técnica mais preparada. O primeiro semestre explicitava que o time do Furacão não era competitivo o suficiente. E lá vamos nós mais uma vez chamar o Antônio Lopes, no alto de seus 70 anos, para tentar apagar o fogo nos últimos minutos.
Ou que a diretoria do Cruzeiro não se arrependa de ter demitido o Cuca, desmanchado o time todo e ter deixado todas as decisões nas mãos de um Presidente que já não mais se preocupava com o clube, tendo herdado o cargo de Senador da República (por ser suplente do falecido Itamar Franco).
Ora, nessa prova final há sim chances de escapar, como todas elas. Mas convenhamos, se você já não fez o seu trabalho o ano todo, não vai ser agora que ele vai, milagrosamente, ser feito decentemente. Em um momento cada vez mais profissional do nosso futebol, deixar as coisas para os últimos momentos do campeonato é, no mínimo, um contra-senso.
E é por isso que na noite deste domingo, a maioria dos torcedores dos clubes da Série A estará pensativa, um tanto taciturna e se pegará pensando naqueles jogos, naquelas jogadas, nas contratações, nas demissões inexplicáveis e lamentará, em um suspiro: "Ah, se tivesse sido diferente...".
O texto, admito, ficou um pouco confuso. Tal qual a cabeça deste que vos escreve, em uma semana em que não consegue parar de suplicar para que o início da rodada chegue logo.
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