Já faz praticamente dois dias que os quase 30 milhões de corintianos puderam, enfim, comemorar exaustivamente o título de Campeão Brasileiro de 2011. Eu sendo um deles. E tenho a sensação de que nunca um sentimento durou tanto tempo para se formar e ser expressado.
Lembro claramente daquele 02 de Dezembro de 2007. Os gols, a expressão do Vampeta, o choro do Dentinho, mas mais do que tudo, me recordo das faces da Fiel Torcida. Um ano para ser esquecido. Um ano para não se repetir. A culminação de toda uma Era Dualib de má-administração e negociatas escusas. Quem pagou o pato? O torcedor.
Passaram-se quatro anos daquele fatídico dia. Vieram um troféu da Copa do Brasil, um título de Campeão Paulista Invicto, diversas vitórias em clássicos, o Ronaldo, crescimento de renda, etc. Obviamente, também houve desgostos. Duas eliminações sofridas na Libertadores, um Brasileirão desperdiçado nas duas últimas rodadas, a final ante o Sport na Copa do Brasil após uma vitória contundente em São Paulo, entre outras.
De qualquer maneira, faltava expurgar o fantasma de uma vez por todas. Ainda restava triunfar no certame em que falhara vergonhosamente. E após passar quase dois campeonatos ininterruptos no topo da tabela, confirmou-se que o "Coringão voltou" de fato.
Claro, a conquista tinha que ser do jeito que a torcida corintiana gosta de orgulhosamente entoar em seus cânticos, sofrido e suado. Apesar de ser o time que acumulou o maior número de vitórias, várias delas ficaram marcadas pela aflição até o segundo final. O que dizer da vitória suada contra o Bahia no primeiro turno? Ou a épica virada ante o Atlético Mineiro? Até mesmo do empate, no jogo final, contra o Palmeiras?
Em um Campeonato que se propagou ser o mais emocionante da história, sagrou-se campeão justamente aquele que mais despertou emoções em sua torcida. Da alegria à raiva, passando pela impaciência (com o treinador e jogadores, principalmente), pela ansiedade e pela apreensão. Finalmente, restou apenas o alívio de poder gritar "É Campeão!", quando por momentos parecia que o caneco escaparia por entre os dedos novamente.
Com o citado aumento da renda, não duvido que o Corinthians vá conseguir manter-se no topo do futebol brasileiro. Afinal, dinheiro é poder em qualquer meio. Outros títulos seguramente virão, mas nenhum deles vai superar essa felicidade inebriante de quem sabe que superou os estigmas de seu passado e pode se encher de orgulho uma vez mais.
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