terça-feira, 18 de maio de 2010

Dinheiro, dinheiro e mais dinheiro.

Não queria escrever novamente sobre esse assunto, mas, aparentemente, não há como fugir dos cifrões quando se fala de futebol europeu (gosto de pensar que a coisa aqui é diferente, não é Argentinos Juniors?). Digo isso porque acabo de ler que Roberto Mancini, treinador do Manchester City, contará com 100 milhões de libras para gastar em reforços. Esse montante, somado aos 170 milhões de libras gastos na temporada 2009-2010, tem como escopo tornar o City em um clube vencedor na Premier League e na Europa. 


O exemplo a ser seguido é, claramente, o Chelsea. O clube londrino, atual campeão inglês, sofreu uma guinada vitoriosa após ter sido comprado pelo multimilionário russo, Roman Abramovich, em 2003. Naquele mesmo ano, os Blues gastaram, coincidentemente, 100 milhões de libras em contratações, entre as quais a do maestro argentino Verón e do ícone francês Makelelé, e terminaram como vice-campeões ingleses.


Mas o título não tardou a chegar. Com José Mourinho como treinador, e 166 milhões de libras a mais gastas no elenco, o Chelsea se sagrou campeão da Premier League já na temporada 2004-2005, sendo que o último título Inglês do clube tinha sido 50 anos antes. Foi bicampeão no ano seguinte e hoje em dia é difícil alguém não reconhecer a equipe como uma potência do mundo da bola. 


O Manchester City, por outro lado, não viu o seu investimento massivo desde que foi comprado por bilionários Sheiks árabes,  ter retorno dentro de campo. A sua contratação mais cara até agora, por 40 milhões de euros, foi Robinho. Sabe-se que o brasileiro voltou ao Santos esse ano, após ser considerado pela imprensa inglesa um flop, ou fracasso, em bom português.


Além de não ver suas apostas vingarem, os Citizens, ainda ficaram sem o seu maior objetivo na atual temporada, a vaga para a Liga dos Campeões da Europa. O City terminou a Premier em quinto lugar, e vai ter que se contentar com a Liga Europa. E apesar da decepção, o presidente Khaldoon Al Mubarak, bancou Roberto Mancini como treinador e ainda lhe deu os tais 100 milhões para a próxima temporada. 


Em tempos de pós-crise mundial, "falência" do Euro, eleição de um conservador como Primeiro-Ministro, o assunto que concerne a metade azul da cidade inglesa de Manchester é: quem vai ser seduzido pelo dinheiro e chegará ao City? Fala-se desde David Luiz, do Benfica, até Fernando Torres, do Liverpool. 


Mas infelizmente, não paro de pensar que a verdadeira questão é: quanto custa um campeonato de futebol? 


Considerações: Claro que na América do Sul há casos de elencos milionários e contratações bombásticas visando a construção de um super-time. Lembra-se rapidamente do Corinthians-MSI e Tévez. Aliás, hoje ele joga no Manchester City. 


O maestro Verón foi dispensado do Chelsea logo na temporada seguinte à sua milionária chegada. Que modelo de boa administração financeira! 


Com todo esse dinheiro, fica difícil ver boas temporadas de equipes modestas na Europa. A tendência é mesmo concentrar na mão de poucos, e ricos clubes.


Lembrando que em 2008, 14 dos 18 times da Premier League terminaram no vermelho. 





Nenhum comentário: